O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou ao quarto dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A análise dos votos dos ministros deve definir se Bolsonaro será condenado por crimes contra a democracia, organização criminosa e danos ao patrimônio público.
Quais são as acusações contra Bolsonaro
- Tentativa de golpe de Estado – A Procuradoria-Geral da República aponta que Bolsonaro tentou permanecer no poder mesmo após a derrota eleitoral.
- Organização criminosa – Segundo a denúncia, o ex-presidente teria integrado um grupo organizado com aliados políticos e militares.
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – A acusação sustenta que houve intenção de enfraquecer instituições democráticas de forma violenta.
- Danos ao patrimônio público e histórico – A destruição causada nos atos de 8 de janeiro de 2023 também está entre os crimes atribuídos ao ex-presidente e seus aliados.
O que já foi decidido no julgamento

- O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, votou pela condenação de Bolsonaro e dos demais acusados em todos os crimes.
- O ministro Flávio Dino acompanhou a maior parte do voto, mas divergiu em pontos específicos relacionados às penas.
- Já o ministro Luiz Fux apresentou voto parcial, rejeitando algumas acusações, como a de organização criminosa.
Ainda faltam os votos das ministras Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que devem ser decisivos para o resultado final. A condenação exige maioria simples entre os cinco ministros da Primeira Turma.
Próximos passos
A expectativa é que o julgamento seja concluído até o fim da semana. Caso Bolsonaro seja condenado, o STF definirá as penas e o regime de cumprimento. Além das consequências jurídicas, um eventual veredito condenatório pode impactar diretamente os direitos políticos do ex-presidente, incluindo sua possibilidade de disputar eleições futuras.
Impacto político e histórico
O processo contra Jair Bolsonaro é considerado um dos mais relevantes da história recente do Brasil, pois trata de ataques à democracia e ao funcionamento das instituições. A decisão do Supremo poderá estabelecer um marco no combate a atos golpistas e no papel das Forças Armadas e do Executivo em episódios de instabilidade política.